“No futuro próximo, as viagens corporativas se unirão com as de lazer”



Assim como a vida pessoal e a profissional têm se entrelaçado cada vez mais, no futuro, quem for viajar a trabalho também estará a turismo, e vice-versa. Essa é uma previsão da diretora corporativa e sócia da A1 Inteligência em Viagens, Lorena Ávila, que está sempre atenta a essas tendências nos inúmeros eventos internacionais de turismo de que participa pela empresa.

Lorena é formada em Turismo e fez mestrado em Gestão de Empresas Turísticas em Barcelona, na Espanha. Começou a carreira trabalhando no departamento de eventos de um hotel no Rio de Janeiro, passou por agência de turismo receptivo e depois se aventurou fora do país, em Londres, em uma companhia aérea low cost em Barcelona e como gestora de viagens de uma empresa de comunicação, na qual encontrou seu lugar no turismo corporativo.

Em 2010, já de volta ao Brasil, começou a trabalhar no Departamento Comercial da A1, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, assumiu a gerência dessa unidade e se tornou sócia da A1. “Há oito anos, me mudei para o Rio Grande do Sul para contribuir ainda mais com o crescimento da A1. Hoje, minha função principal é fazer com que os departamentos Comercial e Operacional funcionem em sintonia, entregando a melhor experiência aos nossos clientes e viajantes”, afirma.

Confira a entrevista com a diretora corporativa da A1, Lorena Ávila:

A A1 tem quase 30 anos, mas não se acomodou e está sempre buscando inovar. A que se deve essa característica da empresa? De onde vem a inquietação?


Essa é uma característica nata da A1. Já nascemos assim. É um ponto muito forte da nossa empresa e de todos que trabalham aqui. O motivo é simples: o nosso mercado é muito dinâmico, tudo que acontece no mundo impacta diretamente no mercado de viagens. Regras de imigração, política interna dos países, câmbio, condições climáticas e por aí vai. Além disso, temos de nos adaptar aos novos hábitos de consumo e às expectativas dos novos viajantes, e eu não vejo outra forma de fazer isso que não seja inovando.

Lorena Ávila, diretora corporativa e sócia da A1

Lorena Ávila é diretora corporativa e sócia da A1.
Foto: Carlos Macedo

Com a pandemia, a A1 colocou os colaboradores em home office. O que deu certo para que a estratégia fosse mantida? Quais os maiores desafios de tocar uma empresa de viagens com colaboradores a distância?


O modelo de home office deu supercerto na A1. Acreditamos que a qualidade do serviço está diretamente ligada à qualidade de vida dos nossos profissionais. No entanto, não foi uma novidade para a gente. Mesmo antes da pandemia, já trabalhávamos com um modelo de gestão descentralizada e com toda a nossa comunicação online. Tínhamos unidades em diversas cidades e alguns colaboradores em home office. Por isso, quando houve as medidas de isolamento social, literalmente carregamos os computadores para casa e continuamos o nosso trabalho, já que a estrutura estava pronta. Hoje, temos unidades físicas em algumas cidades, como Montenegro, Porto Alegre e Caxias do Sul. Em outras, optamos por manter o modelo de home office, de acordo com a preferência de nossos colaboradores. Para incentivar a interação da equipe, organizamos bimestralmente encontros presenciais em Montenegro.

A A1 abriu recentemente uma seleção para consultor de viagens e não pediu requisito obrigatório aos candidatos porque a empresa quer ela mesma capacitá-los. As seleções sempre foram assim na empresa?


Sim. Muito mais do que um requisito técnico, é importante que a pessoa tenha um perfil compatível com o DNA da A1. E, posso te dizer, temos sucesso nessa política de contratação, pois muitos de nossos colaboradores estão conosco há mais de 10 anos. A qualificação é um ponto que levamos em consideração, mas é secundário. Depois de contratado, o profissional passa por um período de integração e treinamento para que aprenda os processos no modelo A1 de trabalhar. Assim, garantimos que os nossos princípios sejam aplicados em cada setor da empresa, por cada colaborador.

De onde ou de quem vocês tiram inspiração para o jeito de trabalhar da e na A1?


Nós todos somos viajantes frequentes e gostamos de viajar. Por isso, trabalhamos para entregar as melhores experiências assim como nós gostaríamos de ser atendidos. Aliás, é um exercício contínuo, pois a cada viagem trazemos novas ideias e ajustamos procedimentos.

Quais os diferenciais que a A1 tem em relação ao mercado e como agregam valor ao cliente?


Mesmo com 30 anos de mercado, a A1 nunca para. Esse é um dos nossos grandes diferenciais. Aliamos a nossa sólida experiência e o atendimento humano e exclusivo com as últimas tendências e tecnologias. Desta forma, estamos sempre aprimorando nossos processos e oferecendo o que há de mais inteligente, ágil e transparente aos nossos clientes.

Ainda falando de inspirações: o que você tem visto de novidades que podem ser aplicadas no mercado brasileiro de viagens corporativas?


Sempre que possível, a A1 está presente em eventos internacionais de turismo para acompanhar as últimas novidades e tendências. Dos últimos de que participei, em Frankfurt (Alemanha) e em São Paulo, destaco dois pontos:

Temos muito a aprender com os europeus sobre o tema Environmental, Social and Governance (ESG) em viagens e eventos corporativos. Na Alemanha, por exemplo, fornecedores de eventos já trabalham com um selo de sustentabilidade, um importante diferencial no mercado. Outro avanço interessante é o compromisso crescente das empresas com a compensação da emissão de carbono dos seus eventos e viagens. Em algumas cidades, o Convention Bureau oferece este cálculo gratuito e online.

Interessante perceber também que as dificuldades do mercado do turismo internacional são as mesmas que enfrentamos no Brasil: alta demanda, preços elevados, falta de disponibilidade nos destinos mais buscados e dificuldades em contratar mão de obra especializada.

Isso tudo nos revela uma oportunidade de crescimento e profissionalização do mercado brasileiro de viagens. Se usarmos como inspiração o mercado europeu e o americano, por exemplo, podemos evoluir muito investindo em educação e formação de profissionais para esta área.

A inteligência artificial é a revolução do momento e a A1 já utiliza a tecnologia. Como as equipes encaram essa mudança? O que você vê de insubstituível no trabalho humano no setor de viagens corporativas?


Dizemos na A1 que a inteligência artificial é nossa colega de trabalho (muito bem-informada, por sinal). Utilizamos diversas ferramentas de IA em nosso dia a dia para ganhar agilidade e otimizar nosso tempo. Ao nosso robô, carinhosamente apelidado de Fifi, pedimos ajuda sobre processos, códigos e regras de viagens. Já o ChatGPT, consultamos para construção de roteiros de viagens complexos, apresentações técnicas etc. Acreditamos que toda essa tecnologia nos ajuda a atender melhor os nossos clientes, porém, não substitui o nosso atendimento humanizado. Talvez, em alguns anos, a tecnologia consiga ter empatia, entender as expectativas não escritas e as preferências pessoais, mas hoje a nossa equipe humana cumpre esse papel com excelência.

Como você vê o futuro das viagens corporativas? O que mais deve vir por aí além da tecnologia?


No futuro próximo, as viagens corporativas se unirão com as de lazer. Ainda que já existam os conceitos de bleisure (viagem a trabalho que inclui alguns pontos turísticos no roteiro) e de nômades digitais (pessoas que trabalham a distância de qualquer lugar do mundo), na prática ainda trabalhamos com esses dois mercados de forma separada. Por exemplo, há o hotel corporativo e o de lazer, destinos para negócios e de férias etc. No entanto, já foi iniciado o processo de aproximação e talvez de unificação desses dois mercados. Agora, é questão de tempo. 





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