Consultor da A1 conta como organizou resgate de brasileiros em Israel



As notícias sobre a guerra no Oriente Médio, iniciada em 7 de outubro com a invasão dos terroristas do Hamas a Israel, mostraram os resgates de brasileiros pela Força Aérea Brasileira (FAB). Mas muitos não conseguiram embarcar nesses aviões, já que havia listas de espera com requisitos para viajar. Como eles fizeram?

A A1 Inteligência em Viagens esteve envolvida diretamente no resgate de quatro passageiros que haviam viajado para Israel e foram surpreendidos com o estouro do conflito. Foram dias de dedicação à retirada dos viajantes, praticamente sem dormir, negociando com empresas aéreas e buscando alternativas de saídas rápidas e seguras da região.

Primeiro a saber: “Estourou uma guerra”


O consultor Gilberto Collares foi uma das primeiras pessoas no mundo a saber da invasão do grupo terrorista. Eram cerca de 6h daquele sábado em Israel, meio-dia no Brasil, quando o telefone dele tocou. “Meu celular fica sempre ligado. Atendi e a cliente disse: 'Olha, estourou uma guerra”. Eu respondi: 'Não, isso é normal em Israel”. Ela insistiu: 'Não. Estourou uma guerra'”. A viajante era mãe de um dos jovens que estavam morando em um kibbutz em Israel, dentro de um programa ligado a um colégio no Brasil. Os kibbutz mais próximos da Faixa de Gaza foram os primeiros a serem atacados pela horda de terroristas. Os pais dos jovens tinham viajado a Israel para encontrar os filhos durante as férias do programa, e embarcariam naquele sábado mesmo ou nos dias seguintes de volta ao Brasil, por companhias e roteiros diferentes.

Jornada dramática pelos resgates


Assim que a ligação se encerrou, Gilberto deu início a uma jornada dramática de resgate, com muito nervosismo, choros, telefonemas a qualquer horário e negociações infindáveis com companhias aéreas em busca de passagens, já que inúmeros voos tinham sido cancelados. “Eu ligava para as companhias aéreas e elas não sabiam informar absolutamente nada”, relata o consultor.

Proibição de ir às ruas




A situação era catastrófica. O Exército proibira uma das famílias de sair para a rua, passando 24 horas sem poder comprar comida do dia 8 para o dia 9 (de outubro). Os hotéis tinham sido fechados por causa dos bombardeios. A orientação era para que todos fossem para os bunkers, mas, como a família estava em um Airbnb, tinham de ficar trancados no imóvel. “Durante todo o dia ouvimos o barulho de aviões e diversas explosões que nos diziam ser do sistema de defesa israelense abatendo os mísseis. A tensão era gigante, até porque não estamos acostumados a esse tipo de tensão”, conta uma brasileira que era auxiliada por Gilberto.

Busca por voos


Enquanto isso, a corrida por voos era intensa. “De sábado a domingo eu quase não dormi por causa do fuso. Comecei a ver voos da Turkish, se vai sair o voo, se não vai. Diziam que não ia sair, diziam que ia sair, a gente não sabia de nada. Mas o problema era chegar até o aeroporto. Estava perigoso porque no domingo ainda havia 200 terroristas soltos em Israel, então a ordem era não sair de casa”, descreve Gilberto. Então, foi divulgado um informativo dizendo que o governo de Israel pedia aos israelenses para saírem da Turquia. A partir dali, não foi mais possível voar de Turkish, e a Emirates passou a ser a alternativa. Foram diversas reservas e cancelamentos até confirmar o voo de uma das famílias.

Momento certo para o embarque


A quarta-feira seguinte ao ataque terrorista parecia o momento certo para deixar o país, já que as sirenes de alerta para queda de mísseis em Tel-Aviv estavam há 24 horas sem tocar. Uma cliente conseguiu um taxista de Jerusalém que a conduzisse ao aeroporto, mas uma hora antes do embarque as sirenes voltaram a tocar. Foram momentos tensos de indecisão, mas ela resolveu embarcar, e assim conseguiu deixar Israel. Os outros brasileiros, após não obterem vaga em aviões da FAB, também conseguiram sair do país com ajuda de Gilberto.

Telefonema de agradecimento


“Uma passageira que mora em Los Angeles me ligou dizendo que não sabia como me agradecer, mas depois de três dias de completo repouso e muito choro. Foram dias muito traumatizantes, ainda mais para turistas pouco acostumados a situações emergenciais de guerra, com  muita sirene, sirene, sirene sem parar e a iminência de 200 terroristas poderem entrar no flat dela a qualquer momento. Ou seja, um simples problema normal de viagem, como o fato de chegar atrasado em um voo, torna-se uma situação de vida ou morte, e de uma hora para outra”, desabafa Gilberto.

Vidas salvas


“Através do incansável trabalho do meu agente e amigo Gilberto, conseguimos no dia 14 de outubro pegar um voo para o Brasil saindo de Milão, com escalas em Lisboa, Porto e Guarulhos”, aponta uma cliente resgatada. Assim, com as vidas dos brasileiros salvas, o consultor se sentiu liberado para tratar dos objetivos secundários. Foram muitos contatos, muitas negociações, até que 100% do valor gasto com passagens canceladas acabou recuperado.



 
 
 


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